Centenas de servidores da extinta Sucam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública), admitidos até 31 de dezembro de 1988, travam uma luta histórica por direito a um tratamento digno de saúde enquanto enfrentam sequelas graves provocadas por produtos tóxicos – como o DDT – usados no combate a endemias e controle de doenças como malária, chagas, febre amarela e outras. Por décadas esses servidores atravessaram os rincões do País para salvar vidas. Foram mais de 30 milhões de quilômetros percorrendo o Brasil, seja navegando, cavalgando ou mesmo caminhando com a missão de proteger vidas.
A missão custou a saúde de centenas desses trabalhadores que apresentaram quadros de doenças graves. Muitos já perderam a vida nessa luta. Aqueles que ainda lutam por suas vidas hoje reivindicam a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 101 de 2019. Caso aprovada, a PEC 101/19 deverá garantir plano de saúde e assistência aos intoxicados da ex-Sucam que já tiveram até mesmo sua história reconhecida como uma questão humanitária.
Foto: Marcha dos intoxicados/Sindsef-RO
Petição online: “SOS Sucanzeiros”
Além da busca permanente do apoio de parlamentares pela aprovação da PEC 101/19, uma petição online foi colocada no ar pelo Sindsef-RO como parte de uma campanha em defesa de um plano de saúde para os intoxicados da ex-Sucam. O secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, que também assina o documento pela aprovação da PEC 101/19, aponta para a importância dessa campanha. “Vários servidores continuam sofrendo sem que o governo reconheça efetivamente os casos como acidente de trabalho. O objetivo é garantir suporte para tratamento desses trabalhadores e suas famílias”, destaca.
A PEC foi sugerida justamente com a expectativa de que esses trabalhadores possam contar com pronta assistência médica, uma vez que a maioria deles não possui qualquer plano e não tem recebido a atenção necessária na rede pública. É o que conta o coordenador da Comissão Nacional dos Intoxicados da Condsef/Fenadsef e secretário-geral do Sindsef-RO, Abson Praxedes. Acompanhando essa luta de perto há anos, Praxedes define a situação dos intoxicados como gravíssima, principalmente quando se observa o índice de mortalidade precoce.
Levantamento realizado em diversos estados em 2019 apontava que de 383 óbitos analisados entre servidores intoxicados, mais de 55% das vítimas tinham menos de 60 anos. Cerca de 90% faleceram com menos de 30 anos, após o contato inicial de manuseio com o DDT. Só 12,53% dos intoxicados alcançaram a expectativa de vida nacional que é acima dos 75 anos.
Para entender e conhecer mais a história desses servidores, assista em nosso canal no Youtube uma série de reportagens feita pela TV Câmara sobre o caso:
>> ASSINE A PETIÇÃO ONLINE e ajude os servidores intoxicados da ex-Sucam a garantir um plano de saúde e atendimento digno
Condsef/Fenadsef