Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o governo, tem crescido a onda de violência contra fiscais ambientais que realizam trabalhos de coerção a atividades ilegais de extração de minérios e madeira na Amazônia. Isso porque o chefe do executivo, que deveria primar por tais ações e defender seus agentes, atua para desqualificar o serviço, que muitas vezes exige a destruição de equipamentos apreendidos, conforme previsto em decreto.
O resultado tem sido a desestruturação do setor e fragilização dos fiscais, que têm inclusive sofrido agressões por parte de garimpeiros e madeireiros ilegais, a exemplo do que ocorreu esta semana com coordenador de fiscalização do Ibama, Givanildo Lima, em operação no interior do Pará. O servidor levou uma garrafada no rosto durante emboscada de um grupo de ilegais.
O Sindsep-AM, na pessoa do seu secretário-geral, Walter Matos, solidariza-se com os servidores agredidos no cumprimento de suas funções e repudia veementemente tais atos, assim como o posicionamento do próprio presidente da República, que corrobora para a desautorização dos fiscais e o crescente aumento no desmatamento da Amazônia.
“No momento em que as atenções do povo estão voltadas à pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro aproveita para promover mudanças estruturais no Ibama, principalmente na área de fiscalização, como foi o caso das recentes exonerações do coordenador-geral de fiscalização ambiental em Brasília, Renê Luiz de Oliveira, e do coordenador de operação de fiscalização Hugo Ferreira Netto Loss, que eram justamente os responsáveis pelas ações contra a destruição da região”.